By romunhoz

Quando pequena acreditava que seria médica veterinária. Cresci e desenvolvi também outra paixão além dos animais: a comunicação. Escrita ou falada, eu queria mesmo era me expressar e sempre dizer aos outros o que pensava.
No vestibular, prestei veterinária e jornalismo. No pacote foi também uma terceira alternativa: o Direito. Mas essa não por paixão, afinal sempre tive bode de pessoas muita certinhas. Prestei mesmo de tanto que falavam que como eu era briguenta seria uma boa advogada.
Me matriculei em Jornalismo e no meio do curso de “Comunicação Social”, decidi que Publicidade e Propaganda seria um melhor “negócio”. Se isso foi bom ou ruim até hoje não sei dizer, mas virei publicitária, profissão que nem estava entre as alternativas do vestibular mas que foi a que de, alguma forma, me trouxe até aqui.
Sou essa pessoa muito constante, meu nome é Roberta. Muito prazer.

Entre todas as dúvidas da vida, apenas 2 certezas nunca deixei de ter dentro de mim: queria ser Mãe. E queria viver a experiência de viver fora da minha “casa”.

Casada com Felipe, um ambeviano de alma e de coração. Sou mãe do Rodrigo (quase 4 anos) e da Marina (1 ano).
Do Brasil para o Perú. Do Perú para a República Dominicana. Daí, só Deus sabe.

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Sobre terremotos e furacões

Durante os 4 anos que viví em Lima, ouví, principalmente dos peruanos, a seguinte pergunta: “Tienes lista la maleta del temblor cerca de tu puerta de salida?” (Tem a sua “mala do terremoto” pronta na sua porta de saída?). Dentro da mala, nos recomendavam ter sempre algumas mudas de roupa, passaportes, algum dinheiro, remédios, lanterna, apito (em caso de soterramento), mantimentos não perecíveis, água e esperança. A grande verdade é que nesses anos mesmo vivendo num país com risco de terremoto e tsunami, o que mais me sobrava era a esperança. Alguma voz sempre me dizia que jamais iríamos passar por um…

Destacado

Find. Your. Peace.

E quando nos mudamos de país vêm as buscas. Antes de tudo a busca por uma vida feliz para toda a família, mesmo estando longe de quem nunca queríamos estar. Buscamos uma casa, escola para os filhos, médicos de confiança para todos e principalmente para as crianças. Buscamos uma escola de boa qualidade para justificar a vantagem de uma educação bilíngue longe de casa, buscamos amigos e buscamos lugares para conhecer. Depois de tudo encontrado, nós, as mães, buscamos a nossa felicidade. Já é da natureza materna deixar para último as vontades e desejos, porque antes de nós vem a…

Crianças a bordo, tome seu Rivotril

Eu adorava tirar cochilos no avião. O barulho da turbina sempre embalou meu sono e nunca tive problemas em dormir na poltrona econômica mesmo se um gordão se sentasse ao meu lado. Também adorava ver filmes, ler um livro ou escutar músicas acompanhada de meus pensamentos. Até ter filhos. Quem não tem filhos entende quando…

Eu vejo

Era um domingo qualquer e eu assistia relaxada algum filme no apê que eu dividia com minha amiga Maitê. Seria apenas mais um dia de risadas aos 23 anos que não lembraria depois de tanto tempo se não fosse por uma coisa. Enquanto passava o filme, precisei coçar meu olho esquerdo e nesse momento percebi…

O que a mudança me trouxe além das caixas

Quando ainda vivia com a minha mãe, ficava impressionada com a quantidade de coisas que ela era capaz de acumular. E guardar. Muitos dos presentes de casamento estavam há anos guardados em armários esperando a ocasião especial para serem usados. Alguns embrulhados no mesmo papel de seda que devem ter chegado. As ocasiões chegavam, mas certamente muitas vezes ela até se esquecia que tinha guardado aquela travessa, aquele cristal ou aquela prata para colocar na mesa e eles não saíam do armário. Ela tinha carinho por tudo aquilo, mas o apego era tanto que ela preferia não “gastá-los”. Acho que…

A despedida

Já faz algum tempo que comecei a escrever o post sobre a despedida do Peru. Comecei, parei. Recomecei, parei de novo. E depois de semanas consegui concluir. Ou não, já que provavelmente tenha me esquecido de mencionar muitos dos inúmeros momentos importantes que vivi nesses 4 anos de Lima. A verdade é que com a loucura da mudança de país com 2 pequenos (um de 3 anos e outra de 11 meses) eu não tive tempo, e nem foco, para terminar esse texto que tanto me emocionou escrever. O Perú foi para mim a melhor parte da minha vida. Sem…

Nasce uma mãe, nascem os medos

E hoje ele saiu para mais uma viagem. Dessa vez para o Brasil. Sorte dele que vai estar com a familia. Triste para nós que estaremos longe dele. Quando o “marido vai viajar” vira um sentimento doído é quando estamos longe da nossa família, do nosso país. Sim, os amigos viram a nossa família, como já disse aqui no meu último post. Mas os amigos também têm seus filhos, sua rotina, seus compromissos. E é aí temos que lidar com nossos medos, inseguranças e angústias longe de tudo. Nunca fui de ter muitos medos, ao contrário. Cheguei aqui cheia de…

Quando amizade e família têm o mesmo significado

Não é preciso morar fora para dar maior ou menor valor as amizades. Mas com certeza ela se torna ainda mais fundamental na vida de quem vive longe da família. São os amigos que estão também longe das suas famílias que se tornam nossos irmãos, primos, tios e fazem toda a diferença na adaptação da vida nova. Tenho profundo agradecimento ao que a vida me trouxe desde que chegamos aqui em Lima. Fiz amigos que passaram ao meu lado momentos importantes, felizes ou tristes, como nascimento do meu primeiro filho (Sicas e Tuki, que viraram irmãos de alma e padrinhos…

O ciúmes de mãos dadas com o amor

A pausa para escrever esse rápido texto foi dada assim que o pai pegou o mais velho e saiu para comprar bicicletas novas para a família. É uma tarde gostosa de domingo friorento. Lima já está cinza, cor predominante nos meses que vão de maio a dezembro. A pequena dorme “rico” (como dizemos aqui) ao…

Sobre os três primeiros meses (Zzzzz)

Quando eu tive meu primeiro filho, Rodrigo, optei por não ter babá e isso durou apenas 3 meses. Acontece que, quando se mora fora e longe da família, você não tem com quem deixar a cria nem mesmo para comer um sanduba na esquina apenas com seu marido na tentativa de continuar uma vida “normal”. Se quiser sair para comer no restaurante mesmo que do  ladinho de casa com bebê, é preciso levar todo um aparato, quem é mãe sabe a preguiça que isso dá. E você ainda corre o risco de nem comer junto do seu marido. Na maioria…